“Parece muito antigo, mas na verdade
é muito novo” Carolena Nericcio
As primeiras
ideias e experimentações do que se tornaria o estilo Tribal podem ser
atribuídas a Jamila Salimpour. Seu interesse pela dança oriental começou
cedo, e mesmo com dificuldades e sem aprender formalmente a dança (por falta de
escolas e professores especializados), começou a ministrar aulas de dança do
ventre na década de 50. Na década seguinte, ao se apresentar no “Cabaret
Baghdad”, teve contato com diferentes artistas, inclusive oriundos do Oriente
médio, com os quais Jamila pode ampliar seu vocabulário de passos e aprofundar
as técnicas da sua dança.
No final da
década de 60, Jamila formou o grupo Bal Anat, cujo nome significa “deusa mãe”.
Dentre as suas alunas e participantes do grupo Bal Anat estava Masha Archer,
que na década de 70 fundou o grupo “São Francisco Classic Dance Troupe”. Com sua troupe
e seus estudos, Masha Archer objetivava conquistar o respeito do público para
com a sua arte, elevando o nível da dança. Ela tinha consciência das
transformações que estava fazendo na – ainda chamada naquele contexto – dança do
ventre, mas acreditava no valor e na beleza da arte que estava produzindo.
Uma das
alunas de Masha Archer se tornou imprescindível para o desenvolvimento e
concretização do estilo de dança tribal: Carolena Nericcio. Após o término do “San
Francisco Classic Troupe” do qual fazia parte, Carolena começa a dar aulas do
estilo de dança aprendido com Masha Archer, mas também inovando com elementos
advindos dos seus próprios estudos, como flamenco e dança indiana por exemplo.
Carolena também inseriu modificações nas técnicas de improviso, o vocabulário
gestual e as formas de comunicação das bailarinas. Esse processo criativo
rendeu dois importantes frutos: a cia. FCBD® - FatChance BellyDance – e o ATS® – American Tribal Style® – nome dado
posteriormente ao estilo de dança desenvolvido por Carolena, que prezava a
troca entre as bailarinas e destas com o público, numa sinergia de tribo.
FatChance BellyDance |
Muitos
bailarinos e bailarinas foram influenciados pelo trabalho do FCBD®, e passaram
a replicar elementos do ATS® em suas aulas e apresentações, mas através de
releituras, misturando elementos de outras danças. Uma das principais
bailarinas a realizar esse processo foi Jill Parker, fundadora do grupo Ultra
Gipsy. O que Jill Parker e outras artistas fizeram desconstruiu o ATS,
possibilitando novas construções coreográficas com elementos das mais
diferentes influências. Essas mudanças, hibridações e reconfigurações do ATS® deram origem ao chamado Tribal Fusion.
Dentre aquelas que participaram do Ultra Gipsy estão
importantes bailarinas atuais do chamado Tribal Fusion, incluindo Rachel Brice,
que pode ser considerada o nome que mais contribuiu para a divulgação do Tribal
Fusion, graças à sua atuação com o grupo BellyDance SuperStars e seus DVD’s
conhecidos em todo mundo.
Rachel Brice |
Como conclusão, reproduzo um trecho de Nadja El Baladi:
“Tribal, portanto, se forma a partir da possibilidade de fusão de diversas referências culturais em um mesmo espaço corpóreo, revelando a possibilidade de manifestação da diversidade cultural em uma só linguagem. Interseções são encontradas para que os estilos dialoguem dentro de uma harmonia estética de movimentação, figurino e música. Dentro deste conceito, um grande “leque de opções” se abre a frente de quem pensa artisticamente este processo. A partir de então o conceito de fusão étnica transpõe as fronteiras do Oriente Médio e passa a incorporar elementos contemporâneos e até mesmo urbanos, nas criações de tribal. Fusão da técnica tribal com elementos de hip hop, street dance e break trouxeram nova roupagem ao estilo.”
Bibliografia:
http://nadjaelbalady.blogspot.com.br/2012/12/pequeno-historico-da-danca-tribal.html
http://blogcampodastribos.blogspot.com.br/2013/07/historia-do-tribal-parte-1.html
http://tribalmind.blogspot.com.br/2011/03/uma-historia-do-estilo-tribal-americano.html
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